sexta-feira, 4 de outubro de 2019

NAPOLITANA

   1 - A amiga genial

A Série Napolitana, formada por quatro romances, conta a história de duas amigas ao longo de suas vidas. O primeiro, A amiga genial, é narrado pela personagem Elena Greco e cobre da infância aos 16 anos. As meninas se conhecem em uma vizinhança pobre de Nápoles, na década de 1950. Elena, a menina mais inteligente da turma, tem sua vida transformada quando a família do sapateiro Cerullo chega ao bairro e Raffaella, uma criança magra, mal comportada e selvagem, se torna o centro das atenções. Essa menina, tão diferente de Elena, exerce uma atração irresistível sobre ela. 

As duas se unem, competem, brigam, fazem planos. Em um bairro marcado pela violência, pelos gritos e agressões dos adultos e pelo o medo constante, as meninas sonham com um futuro melhor. Ir embora, conhecer o mundo, escrever livros. Os estudos parecem a melhor opção para que as duas não terminem como suas mães entristecidas pela pobreza, cansadas, cheias de filhos. No entanto, quando as duas terminam a quinta série, a família Greco decide apoiar os estudos de Elena, enquanto os Cerrulo não investem na educação de Raffaella. 

As duas seguem caminhos diferentes. Elena se dedica à escola e Raffaella se une ao irmão Rino para convencer seu pai a modernizar sua loja. Com a chegada da adolescência, as duas começam a chamar a atenção dos rapazes da vizinhança. Outras preocupações tornam-se parte da rotina: ser reconhecida pela beleza, conseguir um namorado, manter-se virgem até encontrar um bom candidato a marido. 

Mais que um romance sobre a intensidade e complexa dinâmica da amizade feminina, Ferrante aborda as mudanças na Itália no pós-guerra e as transformações pelas quais as vidas das mulheres passaram durante a segunda metade do século XX. Sua prosa clara e fluída evoca o sentimento de descoberta que povoa a infância e cria uma tensão que captura o leitor.

   2 - História do novo sobrenome

Fios condutores da história, a atração irresistível e a influência que Lila exerce sobre a narradora Lenu vão dando contorno a experiências vividas com outros personagens. 

Envolvente e com a costumeira cadência impecável, a narrativa de História do novo sobrenome dá espaço para reflexões profundas a respeito da subjetividade, da sexualidade, do amor e, sobretudo, do papel imposto à jovem mulher em meados do século XX ― contraponto construído entre as duas personagens centrais, às voltas com as restritas possibilidades de escolha, mas ao mesmo tempo surpreendidas pelas descobertas acerca de suas próprias capacidades e seus limites. 

Lila, que teve os estudos interrompidos por questões familiares – muito cedo teve que trabalhar com o pai e o irmão, se casou cedo. Lenu, por sua vez, consegue se desvencilhar do destino certo das moças da época e não se casa, mas passa a se preparar para a faculdade, levando consigo as marcas definitivas da complexa relação de amizade com Lila – admiração misturada a identificação. 

Os personagens vão ganhando espaço na história, não apenas nos acontecimentos cotidianos relatados por Lenu, como também nos comentários subjetivos da narradora. Lenu, sem poupar de nada o leitor, escancara cenas de casamento, de adultério, de supostas e reais traições dentro de uma amizade, mas também os pequenos momentos em que parece acertar as contas com ela mesma. 

   3 - História de quem foge e de quem fica



No terceiro volume da série napolitana, Lenu e Lila partem para os embates da vida adulta. Numa sequência angustiante e sem espaço para a inocência de outrora, Elena Ferrante coloca o leitor no meio do turbilhão que se forma das amizades, das relações sociais e dos interesses individuais. História de quem foge e de quem fica é uma obra de arte a respeito do amor, da maternidade, da busca por justiça social e de como é transgressor ser mulher em um mundo comandado pelos homens. 









   4 - História da menina perdida



A história de vida de Lenu e Lina e de todos os personagens do bairro de Nápoles agora caminham da maturidade à velhice. História da menina perdida é o final que o leitor esperava, com a dureza e a força que aprendemos a identificar nas personagens de Ferrante — sem rodeios. 




“Esta CONCLUSÃO IMPRESSIONANTE solidifica a série napolitana como a OBRA-PRIMA de Elena Ferrante.” Publishers Weekly

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